As ilhas de racionalidade e o saber significativo: o ensino de ciências através de projetos
O objetivo deste artigo é refletir sobre o ensino atual de ciências, sua relação com o
cotidiano e o universo de interesse dos estudantes. A falta de relação deste ensino com a
realidade vivenciada pelos alunos faz com que tenham um menor engajamento neste processo
de aprendizagem, para o qual não vêem muito significado. Uma das razões deste problema
está na seleção dos conteúdos disciplinares e na forma como são trabalhados nas aulas de
ciências e a questão que se coloca é: como devemos proceder para que os alunos possam
compreender o conhecimento científico como resposta a uma questão ou a um problema? Uma
das possibilidades para o alcance deste objetivo é o desenvolvimento de atividades de
modelização que, além de manter contato com os modelos científicos, permite a sua aplicação
à realidade de forma significativa. Para intensificar essa aproximação entre o ensino de ciências
e o cotidiano, Gerard Fourez (1994) propõe a construção de ilhas interdisciplinares de
racionalidade, na perspectiva de uma alfabetização científica e técnica. Para ele este é um meio
de promover um ensino capaz de propiciar a autonomia, o domínio e a comunicação das
tecnologias intelectuais elaboradas pela humanidade.
Neste sentido, ao mesmo tempo que apresentamos as etapas de construção de uma
ilha interdisciplinar de racionalidade, propomos um exemplo da mesma em torno do tema: "um
banho saudável".